Depois do batismo, os evangelhos nos dizem
que Jesus foi para o deserto, para ser tentado pelo diabo (Mc 1,12-13; Mt 4,1;
Lc 4,1-2). “Como para todos os judeus, o deserto evoca em Jesus o lugar em que
nasceu o povo e ao qual voltar em épocas de crise para começar novamente a
história rompida pela infidelidade a Deus”[1]. O sentido simbólico das tentações é mostrar a
fidelidade de Jesus ao Pai, em relação à desobediência de Adão no paraíso e ao
povo que murmurava durante os 40 anos no deserto. “Contrariamente aos que
provocam outrora a Deus durante quarenta anos no deserto, Cristo se revela como
o Servo de Deus totalmente obediente à vontade divina”[2]. As tentações simbolizam,
ainda, “a vitória da Paixão, obediência suprema de seu amor filial ao Pai”[3].
Compadecendo-se da nossa natureza decaída,
“Cristo venceu o Tentador por nós: ‘Pois não temos um sumo sacerdote incapaz de
compadecer-se de nossas fraquezas, pois Ele mesmo foi provado em tudo como nós,
com exceção do pecado’ (Hb 4,15). A Igreja se une a cada ano, mediante os
quarenta dias da Grande Quaresma, ao mistério de Jesus no deserto”[4].
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