Encontro 17: Amar: o maior mandamento


 

Evangelho - Mt 22,34-40


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 22,34-40

Naquele tempo:
34Os fariseus ouviram dizer que Jesus
tinha feito calar os saduceus.
Então eles se reuniram em grupo,
35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo:
36'Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?'
37Jesus respondeu: '`Amarás o Senhor teu Deus
de todo o teu coração, de toda a tua alma,
e de todo o teu entendimento!'
38Esse é o maior e o primeiro mandamento.
39O segundo é semelhante a esse:
`Amarás ao teu próximo como a ti mesmo'.
40Toda a Lei e os profetas
dependem desses dois mandamentos.
Palavra da Salvação

 

 

O AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO

Pe. Eliseu Oliveira

Jesus ensina aos fariseus o que é mais importante na Lei. Jesus deixa claro que é o amor quem resume a Lei e os profetas. O amor a Deus e o amor ao próximo.

Os mais otimistas pensariam: então é muito simples, basta amar e tudo está resolvido. Mas é exatamente aqui que está a questão: nem todos são capazes de amar e nem todos amam da forma correta.

Os psicólogos já sabem e dizem em todas as oportunidades que tem para falar: somente quem foi amado é capaz de amar. Esse amor recebido é força, auto estima e energia para um amor que seja capaz de abrir-se para aceitar o outro como ele é, perdoar, servir... E quando o amor recebido não foi o suficiente, o amor doado será um amor interesseiro, que necessita retribuição e reconhecimento de forma doentia. Não é um amor doação, mas um amor-dominação. Quando se ama dominando, se ama de forma errada.

Trazendo essa realidade para o mundo religioso, dizemos que o amor aos irmãos é fruto do sentir-se amado por Deus. Um Deus que nos aceita como somos, que perdoa nossos pecados, que tem paciência com nosso processo de conversão. Um amor assim acolhido é força e autoestima para amar o outro assim como o outro é, perdoar, ter paciência com o processo de conversão. Um amor que devolve a dignidade, a voz, o protagonismo sem dominar, sem rebaixar e oprimir.

Jesus é confrontado pelos fariseus que perguntam para experimentar se Jesus era sábio mesmo, como diziam que ele era. Perguntaram: qual o maior mandamento da Lei. Mas a pergunta era somente intelectual... Se Jesus soubesse, iriam confirmar que ele era sábio, se não soubesse, iriam desmascara-lo. Mas a resposta de Jesus não é intelectual, é existencial. A Lei não é somente para ser decorada, mas para ser vivida. Por isso, Jesus diz que o amor é o resumo da Lei. E o amor, que não se torna prática, não existe. Ou se ama ou não se ama. Um amor a Deus, como resposta a quem primeiro nos amou, e um amor ao próximo, que devemos aprender, pois não nascemos sabendo amar. Pelo contrário, nascemos e crescemos voltados para nós mesmos, para nossas necessidades, para nosso umbigo, e se não formos amados, seremos sempre uma pessoa voltada para si e se defendendo do outro que se apresentará como uma ameaça, ou se apresentará como um meio para que obtemos alguma vantagem sobre ele. Hoje, vivemos uma sociedade de pessoas que não foram suficientemente amadas e não se sentiram suficiente amadas. Por isso, uma cultura excessivamente individualista e competitiva, pouco cooperativa, pouco amoroso com os excluídos da sociedade.

Que a mensagem de Jesus nos ajude a nos sentirmos amados e nos dê força e coragem para também amar.


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